Leia na íntegra a Carta de Ana Paula Valadão sobre a gravação:
Antes da era dos computadores pessoais e dos e-mails recebíamos
muitas cartas. Algumas se tornaram inesquecíveis para mim. Uma delas foi
o relato do coral de uma igreja em João Pessoa, na Paraíba. Uma música
minha estava abrindo o coração das pessoas para crerem que Deus poderia
falar com elas ainda hoje, dar a elas sonhos, visões, experiências com o
Espírito Santo.
Uma corista teve um sonho que mostrava uma
comunidade onde eles deveriam ir ministrar. O nome era Algodão de
Jandaíra, uma comunidade desconhecida, que não poderia ser encontrada em
qualquer mapa. Será que o tal lugar realmente existia? O Senhor mostrou
onde ficava o povoado, e depois de muita oração e mobilização da
igreja, a primeira visita de alguns irmãos do coral àquela comunidade
aconteceu.
As cartas continuaram chegando a mim, compartilhando
sobre as visitas a cada casa, a cada família, falando sobre as
necessidades de um povo carente do Evangelho e sofrido por causa da
seca. Em Algodão não chovia há 23 anos. A água que as pessoas e os
animais bebiam era um caldo grosso de água de cactos.
O contato
com a dura realidade do Sertão e a alegria de ser instrumento de Deus
para abençoar vidas tão preciosas transformou a vida do coral daquela
igreja. Transformou também muitos corações em Algodão de Jandaíra.
Então, chegou mais uma carta daqueles irmãos, contando para mim que as
orações deles por Algodão também estavam mudando.
Eles perceberam
que toda a mobilização para levarem doações para aquela comunidade não
era suficiente. Havia algo que político nenhum poderia fazer por eles,
algo que somente Deus poderia fazer acontecer e que realmente mudaria
sua realidade – a chuva.
Foi em lágrimas que li sobre aquela
viagem em que o carro da igreja não conseguiu prosseguir, pois um rio
caudaloso tinha atravessado a estrada. Isso mesmo! Choveu tanto que um
rio, que ninguém sabia que passava por ali, desnudou rochas, arrancou
terra, abriu seu caminho. Os irmãos tiveram que atravessar carregando as
doações com água na altura das coxas. De longe ouviam os risos das
crianças que, pela primeira vez na vida, nadavam se divertindo com tanta
água.
O açude, antes seco, estava cheio. Era um açude enorme, com
água capaz para sustentar a comunidade por vários anos. Lendo a carta,
vendo as fotos, meu coração disparado mal podia acreditar que Deus
estava preparando uma visita para que eu visse tudo com meus próprios
olhos.
Em pouco tempo o Senhor providenciou uma ministração do DT
em João Pessoa. Fiz contato com a pastora Simone, e fomos eu, Helena,
Elias e André Espíndola, para conhecer e registrar o milagre de Algodão
de Jandaíra. Quando chegamos ali eu não pude me conter. Logo na entrada
da cidadezinha estava o grande açude. Eu pulei. Eu mergulhei naquelas
águas. Eu estava nadando no milagre.
O açude estava cheio de
peixes, de camarão, e ninguém podia explicar de onde tinham vindo. A
criançada se divertia. Fizemos um culto e visitas às casas, algumas
distantes, isoladas. Era impressionante pensar em como pessoas podiam
sobreviver com tão pouco, ignoradas pelo resto do mundo, mas jamais
esquecidas por Deus.
Do alto da colina eu via o pôr do sol
refletido na bonita e valente vegetação do agreste. Ali, no fim daquele
dia, eu dei um abraço inesquecível. Era o abraço de uma vida inteira. Um
abraço cheio de significado, de um choro incontido, de gratidão. “Meu
Deus, muito obrigada por me trazer a esse lugar e me despertar para uma
realidade tão diferente da minha. Obrigada por me mostrar que podemos
fazer alguma coisa, e que Tu podes realizar o impossível.”
A
Presença de Deus era real ali. Aliás, ao longo da vida eu O tenho
encontrado nos lugares mais inusitados. Ele está na bonança, na fartura,
na alegria. Mas existe uma manifestação especial de Deus nos lugares
onde sofremos. E foi assim que, transformada por aquela experiência,
voltei para casa levando um par de cactos, uma miniatura de casa de pau a
pique, e um coração transformado. Desde então o Sertão pulsa dentro de
mim e carrego um desejo de servir ao Senhor abençoando o Sertão de
alguma maneira.
Em 2009, recebi a visita do Siralan, de Juazeiro
do Norte, que foi à BH compartilhar comigo e com meu pai sobre a
necessidade do Sertão. Lembro-me de chegar em casa e dizer ao Gustavo:
“Eu tenho uma dívida para pagar”. As palavras incendiadas do nosso irmão
pesaram em meus ombros. A Igreja brasileira precisava despertar para o
Sertão Nordestino. Minha resposta foi: “Deus sabe que minha palavra é
sempre ‘Eis-me aqui’. Creio que, no tempo do Senhor, Ele moverá todas as
coisas para que eu vá.”
Antes do que eu poderia imaginar, lá
estava eu. Em 2010, participei de um momento histórico. Cantamos no
primeiro evento evangélico que fez parte das comemorações oficiais pelo
aniversário da cidade. Era o primeiro dia do novo centenário de
Juazeiro. Tive a convicção de que voltaria ali muitas vezes. Vi Juazeiro
como um centro que atrairá multidões ao Senhor Jesus. Naquela noite o
Senhor me entregou palavras de vida, de bênção, de prosperidade e paz
para o Sertão. A transformação do Sertão será um dos cartões postais do
Brasil, como testemunho entre as nações da Terra.
No ano seguinte
participamos do Congresso Nacional de Evangelização do Sertão
Nordestino. Lideranças da Igreja brasileira, de diferentes denominações e
de várias partes do Brasil, estavam reunidas para aprender com quem já
trabalha no Sertão. Orações, adoração, testemunhos e a convicção de que é
possível ver o Sertão transformado encheram nossos corações.
Ao
final do ano de 2012 comecei a sentir que nossa gravação devia acontecer
em Juazeiro. Por vários meses orei, junto com meu marido, meu pai e a
pastora Ezenete, para que o Senhor confirmasse se essa era Sua vontade.
Além dos desafios financeiros para realizar um evento como esse,
precisaríamos de muitos outros milagres da parte do Senhor. Ao nos
aproximarmos do Congresso de Louvor, cujo tema era Adoração e
Transformação, tivemos aquela certeza de que precisávamos.
Demos o
passo de fé. Siralan compartilhou no último dia sobre o desafio do
Sertão. A pior seca dos últimos 50 anos já matou mais de 1 milhão de
cabeças de gado. Um povo valente, sofrido, simples, precisa de nós.
Gente que anseia por tão pouco, por um copo de água, precisa da ajuda da
Igreja de Jesus. Nós temos as respostas. Enquanto a multidão comovida
orava a Deus intensamente, recebemos uma grande notícia. Começou a
chover em Juazeiro do Norte e em mais de 20 municípios ao redor.
Desde
então o Senhor tem confirmado que Ele está conosco nesse desafio. Meu
esposo viajou com outros pastores para conhecer um pouco mais do Sertão.
Nossa igreja já tem um trabalho missionário em Água Branca, mas
queremos enviar mais obreiros para essa Seara. Por onde passaram, o
Senhor confirmou Sua vontade dando a eles experiências maravilhosas. Em
regiões assoladas pela seca eles oraram e o que é impossível para o
homem, Deus fez acontecer – choveu.
As portas se abriram e dia 6
de Julho estaremos reunidos em Juazeiro do Norte, Ceará. Nesse centro,
equidistante das principais capitais nordestinas, vamos fazer uma festa
santa ao nosso Deus. Vamos levantar um altar de adoração, fazer subir
nossas orações, e declarar as promessas da Palavra. São muitas as que
podemos proclamar em favor da cura da nossa Terra.
“Sobre os teus
muros, ó Jerusalém (ó Sertão!), pus guardas, que todo dia e toda noite
jamais se calarão. Vós, os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis,
nem deis a Ele descanso até que restabeleça Jerusalém (o Sertão!) e a
(o) ponha como objeto de louvor na Terra.” Isaías 62:6-7 (adaptação
minha).
Os preparativos são muitos. Estamos unidos em 70 dias de
consagração por este momento tão especial. Todos os que quiserem se unir
a nós podem acessar o site adoracaointercessao.com.br e
acompanhar os textos que declaramos a cada dia, o jejum, as orações.
Dois Seminários de Intercessão, um em Icó e outro em Juazeiro, cobrirão a
Terra com as orações do povo de Deus.
Enquanto orava sobre as
canções o Senhor me disse claramente: “Tudo já está pronto”. Senti que
devíamos voltar àquilo que Ele já nos entregou. Aliás, outra palavra que
Ele nos deu durante o Congresso de Louvor foi: “Dou ao Brasil uma
segunda chance”. Minha lista de canções estava diante de Deus, mas eu
tinha algumas dúvidas e precisava de respostas. Numa noite em que eu
estava em oração em minha casa recebi uma mensagem da pastora Ezenete.
Ela estava orando junto a alguns intercessores e as músicas que ouviam
eram do CD “Por amor de Ti, ó Brasil”. Ela me escreveu sobre como aquele
CD era profético e as palavras liberadas sobre a nação eram poderosas.
Aquela foi a confirmação de que eu precisava.
Cantaremos várias
canções que o Senhor me deu ao longo dos anos e que falam sobre a Chuva,
o Rio, sobre as Águas do Senhor que curam a terra seca. O repertório
desta gravação nos conduzirá a momentos distintos. Começaremos com uma
homenagem aos sons do Sertão e com alegria exaltaremos ao Senhor,
declarando que Ele reina. Depois entraremos em adoração profunda,
contemplando o Senhor. Isso nos levará a um quebrantamento. Então
clamaremos pela nossa Terra e profetizaremos que as águas do Senhor
serão derramadas sobre nós e nos sararão.
Toda a minha família
estará comigo. Cantarei com meus irmãos André e Mariana Valadão, e
também com o amigo querido, Juliano Son. Ele se mudou com a família para
o Piauí e trabalha com a recuperação de crianças em situação de risco,
além da abertura de poços no Sertão.
Nosso hotsite especial – que
vai ser lançado nos próximos dias – terão algumas instituições que
trabalham no Sertão e que você pode ajudar. Acesse. Conheça. Envolva-se
no que Deus está fazendo. E, se Deus quiser, nos encontraremos dia 6/7,
em Juazeiro do Norte, naquele ajuntamento de adoradores e de
intercessores que marcarão a história da transformação do Sertão. Juntos
vamos declarar: “Tu Reinas”.
Conheça a canção-tema “Tu Reinas” >> http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=hmFGUAbhZBw
Fonte: Portal DT
Divulgado por Atitudejovemfm.blogspot.com
@FillipeRodollfo